11.12.09

Despertar Inesperado

Acordar 7 horas da manhã é comum para os trabalhadores paulistanos. A cidade já começou a despertar às 5h. Mas eu nunca ou quase nunca desperto nesse horário. Despertar no sentido de abrir os olhos secos e não conseguir virar pro canto e dormir mais um pouco. A única razão por eu ter despertado foi por saber que o dia já estava acontecendo. Saber que já existe vida ativa lá fora e que pode valer a pena acordar cedo simplesmente pelo fato de se ter mais dia. Ver o solzinho fraco nas árvores ao longe pela varanda e não tão próximo como o sol das 11 horas, que bate e reflete no cimento e que invade o corpo de calor e fúria. Ouvir os passarinhos ao mesmo tempo que se ouve o barulho dos motores dos carros ainda distantes, embora já presentes e constantes. Nessa hora da manhã, a beleza de estar viva é mais presente. Acordar sem ter que acordar para começar as obrigações do dia é ter a chance de parar e presenciar um florescer comum, mas que exige observação concentrada e meditada. Os pensamentos são existenciais mas também práticos pois o dia já começou. Não é como a madrugada que pertence ao silêncio e ao questionamento profundo. A manhã traz a consciência de ontem e a perspectiva de hoje. Estar no presente agora é como estar decidida a não se dividir em dois e ser uma em pensamento e visão. Como se isso fosse possível. Mas se tenta. E quando pertenço ao presente, existo e sou verdade. A dualidade inevitável deste momento propõe um desafio. É como decidir ser feliz. E ser.
Sinto-me em exercício mas não me esforço. Prolongo algo que já existe em mim.
Inspiro profundamente e sem pressa a sensação de acordar e expiro fluente e quente o meu dentro que tem amor e paz, prolongando o momento porque eu quero e preciso.
A consciência está se encontrando no começo de um dia cheio de Deus e perfeição, que são a mesma coisa. A sensação física do meu corpo e de pertencer a este novo dia é como um agradecimento silencioso pela minha vida ser como um presente cheio de tudo que conheço.
Sou tudo, sem pensar, e me perco na existência simplesmente por saber e querer admirar uma manhã como um milagre.

Luciana Bollina
11/12/09

1.5.09

(Dentro) de um Casulo (ainda)

O Voo está suspenso no ar...

Espero o tempo que a obra quer para amadurecer e para ser a hora
Preciso entender que há hora certa para se falar certas coisas

Espero o período tenso e desarrumado passar
Em tempos de crise, rastreamos água no deserto

Espero as respostas da realidade para que a arte possa se ajeitar
Investindo e semeando asas pela terra

Espero sem ansiedade mas com suspensão importante
Continuo querendo o que quero e não desisto

Espero a melodia da certeza
Existe sincronicidade

Agora há casulo.

8.4.09

O Amor



Se encontrou um lar
Se achou a paz
Se agradeceu a vida
Se tem um motivo para levantar
Se olhou os outros olhos no fundo
Se planejou realizar
Se tocou no céu
Se perdeu a razão
Se suspendeu a expiração
Se uniu o meio
Se pertenceu a tudo
Se sua condição condiz com o seu ser
O amor chegou e demora o tempo que não existe

1.4.09

Voo Rasante

O vôo da droga não acontece, ilude
É atitude de falsos palhaços
Melodrama de sofredores de aço
Melodia dos que não têm canção

Engana docemente os que sofrem do desamor
Plantando em suas almas uma árvore sem cor
E para aqueles que buscam respostas
Pinta as mais diversas portas filosofais
Arsenais de mistérios que envolvem até os ancestrais
Criando rituais sagrados que já não podem existir
Pois vivemos em guerra há muito e não há como mentir

O vôo da droga não se sustenta no espaço
Pois a vida precisa de passos no chão
E quando pensei que voava em alguma direção
Caí lá de cima numa parábola
Que extrapolava qualquer dimensão

19.3.09

RELEASE "VOO"

Vôo é um espetáculo escrito e interpretado pela atriz, cantora e bailarina Luciana Bollina (Em cartaz com o Musical – Tom e Vinícius).
Vôo estreou~na cidade de São Paulo, no Teatrix, onde esteve em cartaz de Agosto a Outubro de 2007. Em Março de 2008, participou do Festival Internacional de Teatro de Curitiba com a direção de Guily e recebe agora nova montagem no Rio de Janeiro no Teatro Municipal do Jockey, agora sob a direção de Ricardo Conti.
A 1ª temporada será nos meses de Maio e Junho, com reestréia em Agosto de 2009 (Reestréia sujeita a confirmação de pauta).

A peça oferece em seu conteúdo uma viagem lúdica, filosófica e performática sobre a eterna busca pela liberdade.
Revela o percurso de transformação de uma jovem, numa linguagem teatral que faz analogia à fase de transformação da lagarta à borboleta.
A personagem se refugia em seu casulo, mas anseia poder voar. Ela se fragiliza e se fortalece encontrando em si própria o seu ponto de transformação.
Voa com liberdade rumo ao seu próprio caminho.

O Objetivo artístico deste projeto é iluminar a consciência humana através deste olhar questionador, sensível e apaixonado da mulher.
Através do incômodo da jovem personagem com relação aos limites e barreiras da sociedade e seu questionamento quanto aos rótulos do mundo material, estabelece-se uma separação entre seu mundo interno e cheio de possibilidades, e o mundo comum a todos nós.

Vôo põe em evidência os temores internos, os bloqueios externos, os hábitos de uma geração de jovens super conectada pelas tecnologias, amedrontada pela violência cotidiana e amparada por drogas e psicotrópicos utilizados como fuga e como forma de socialização.

Todo o anseio da personagem propõe em si uma conscientização do Ser e suas capacidades de transformação diante da vida, percebendo as escolhas como potencial libertador.

Ampliar a consciência nas asas da liberdade criativa - Esse é o objetivo maior do “Voo”.

Somos o que escolhemos. Esta é a verdadeira liberdade.
Ter liberdade é ter a coragem de optar.
É este o poder transformador que permite ao Ser, voar.
Ricardo Conti.

15.3.09

Monólogo do Dia

É um monólogo a existência.
Existem pensamentos protagonistas dos sonhos e dos medos, assim como coadjuvantes que influenciam muito os pensamentos corriqueiros.
Administrando uma orquestra de sensações, vivo como um relampejar de quereres e poderes sempre a procura de algum maestro. Sou o meu dentro como se fosse o último. Sou eu sobre todas as formas e sobre todas as coisas. Quem sou e como sou são possibilidades que se alteram conforme quero a mudança. E querer é poder mesmo deste ponto de vista. Lidar com os personagens presentes em mim é como dialogar com o céu e o inferno diariamente.

9.3.09

Sinopse

Voo é um monólogo que oferece uma viagem lúdica , filosófica e performática sobre a eterna busca pela liberdade.

Revela o percurso de transformação de uma jovem, numa linguagem teatral que cria analogia à fase de transformação da lagarta à borboleta.

Ela se refugia em seu casulo, mas anseia poder voar. Se fortalece, se sensibiliza e encontra em si própria o seu ponto de transformação.

Voa com liberdade rumo ao seu próprio caminho.