tag:blogger.com,1999:blog-222997582024-03-14T00:06:48.091-03:00VooBem vindos ao blog da peça Voo!
Voo é um monólogo escrito e interpretado por Luciana Bollina que foi montado em São Paulo e participou do Festival de Teatro de Curitiba como teatro. Agora será remontado no Rio de Janeiro sob nova concepção e direção! Será dança-teatro! Fiquem à vontade para voar conosco nessa montagem! Todo o processo de criação será postado aqui!Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.comBlogger24125tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-70256122064508438132011-03-28T16:09:00.000-03:002011-03-28T16:09:44.109-03:00Andrea Raw - diretora<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoXJxN9XZmJ3cEcZ8WBFX2NvHvJ_z5yCwkZS0h1C2qHVugUylBDakIdRKdNDh0HkPeyDqx6EZx1BHYvKtHKy6HgjwG3P9H-OEk7pCRYVLqeCMWO8-YnSzHfmslbYKdCkqcucbL/s1600/andrea-raw-iracema.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="400" width="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoXJxN9XZmJ3cEcZ8WBFX2NvHvJ_z5yCwkZS0h1C2qHVugUylBDakIdRKdNDh0HkPeyDqx6EZx1BHYvKtHKy6HgjwG3P9H-OEk7pCRYVLqeCMWO8-YnSzHfmslbYKdCkqcucbL/s400/andrea-raw-iracema.jpg" /></a></div><br />
Bailarina, Professora, Coreógrafa e Pesquisadora em Dança, que iniciou seus estudos no Rio de Janeiro em 1983. Em sua formação estão Ballet Clássico, Jazz, Danças Folclóricas, Sapateado Americano e Dança Moderna. Dançou extensivamente em festivais por todo o país, além de ter atuado na Cia Nós da Dança de Regina Sauer e na Cia Khoros, de Marta Bastos. Graduou-se no Bacharelado em Artês Cênicas pela UNIRIO e em Docência dos Ensinos Fundamental, Médio e Superior pela Universidade Candido Mendes. Começou a lecionar em 1992, destacando-se no ensino da Dança Moderna (Técnicas de Lester Horton e de MarthaGraham). Entre as escolas onde lecionou estão o Ballet Stagium de São Paulo, Petite Danse, Escola de Dança Marta Bastos e Centro de Movimento Deborah Colker, no Rio de Janeiro e, mais recentemente, a Mozdulatmuveszet Studio (MMS) em Budapest, na Hungria. Recém formada na prestigiosa Martha Graham School of Contemporary Dance em Nova York, cidade por onde residiu durante três anos, Andrea também foi a idealizadora e produtora de vários eventos internacionais de Dança Moderna no Brasil, como o I e II Workshops de Técnica e Repertório de Martha Graham no Centro Coreográfico do Rio de Janeiro em 2009 e 2010, que contaram com a presença ilustre do Primeiro Bailarino da Graham Company, Tadej Brdnik, além de workshops com o coreógrafo David Parsons e com Ana Marie Forsythe, especialista da Técnica de Lester Horton do Alvin Ailey American Dance Center em NY.Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-37659037846670855412010-06-01T22:23:00.002-03:002010-06-01T22:27:43.752-03:00Apresentação do Projeto VooNuma performance que vai da poesia ao Clown, do drama à técnica circense, a atriz, cantora e bailarina Luciana Bollina nos apresenta Voo, um monólogo que revela o percurso de uma jovem em busca do autoconhecimento, numa viagem lúdica sobre a eterna busca pela liberdade criativa.<br />Associando prosa, poesia, música, uso do corpo e acrobacia aérea à interpretação, o espetáculo aborda e põe em evidência os medos, as paixões, as seduções e os malefícios das drogas, os rótulos de imagem e beleza impostos pela sociedade, e a liberdade da aceitação da personalidade e da individualidade, valores humanos que se perdem no meio de uma geração multitarefa e dispersa. Com uma estrutura cênica intimista, que exige maior proximidade do público, Voo propõe um questionamento existencial e social, através dos conflitos comuns aos jovens sobre seu papel no mundo, e acompanha o incômodo da jovem personagem com relação aos limites e barreiras da sociedade e seu questionamento quanto aos rótulos do mundo material. Estabelece-se, assim, uma separação entre seu mundo interno e cheio de possibilidades e o mundo comum a todos nós. Todo o seu anseio está em se entender e revelar o seu potencial, podendo ser livre e feliz. <br />O teatro se aproxima de uma pintura viva, e a união da luz, da cor, das imagens, da música, da dança e da interpretação possibilita a compreensão dos sentimentos da personagem através de todos os canais de sensibilidade. Performático, poético, com uma linguagem artística muito ampla e com fortes objetivos sociais, filosóficos e existenciais, Voo põe em evidência os temores internos, os bloqueios externos, os hábitos de uma geração de jovens super conectada pelas tecnologias, amedrontada pela violência cotidiana e amparada por drogas e psicotrópicos utilizados como fuga e como forma de socialização. <br />Após uma temporada experimental no Teatrix de São Paulo, de agosto a outubro de 2007, em março de 2008 Voo participou do Festival Internacional de Teatro de Curitiba. Agora, sob a direção do ator, diretor e dramaturgo Ricardo Conti, chega ao Rio em nova montagem.Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-39697747359703662152010-05-26T15:50:00.000-03:002010-05-26T15:54:43.819-03:00Uma Multidão de MimSou fria e branca<br />Para entender o círculo que me contorna<br />E me fixa e estabiliza<br />Como a raiz de uma árvore que floresce.<br /><br />Imito o sol, sendo amarela e laranja<br />Para que o preto sem estrelas não me engula<br />Ele apenas assombra e assopra.<br /><br />Dentro de mim pode-se ver um quadro colorido com tons e sobre-tons.<br />O mundo tem uma sala.<br />Nela há quadros infinitos, porém coloridos...<br />O mundo é exigente, modifica os quadros pra uma sala mais bonita.<br />Sou arte pintada de Mundo Real.Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-16740936281235802522010-05-22T19:13:00.000-03:002010-05-22T19:16:03.184-03:00O CÔNEGO OU METAFÍSICA DO ESTILODe Machado de Assis<br /><br /><br />— "VEM DO LÍBANO, esposa minha, vem do Líbano, vem... As mandrágoras, deram o seu cheiro. Temos às nossas portas toda casta de pombos..." <br />— "Eu vos conjuro, filhas de Jerusalém, que se encontrardes o meu amado, lhe façais saber que estou enferma de amor..." <br /> Era assim, com essa melodia do velho drama de Judá, que procuravam um ao outro na cabeça do Cônego Matias um substantivo e um adjetivo... Não me interrompas, leitor precipitado; sei que não acreditas em nada do que vou dizer. Di-lo-ei, contudo, a despeito da tua pouca fé, porque o dia da conversão pública há de chegar. <br /> Nesse dia, — cuido que por volta de 2222, — o paradoxo despirá as asas para vestir a japona de uma verdade comum. Então esta página merecerá, mais que favor, apoteose. Hão de traduzi-la em todas as línguas. As academias e institutos farão dela um pequeno livro, para uso dos séculos, papel de bronze, corte-dourado, letras de opala embutidas, e capa de prata fosca. Os governos decretarão que ela seja ensinada nos ginásios e liceus. As filosofias queimarão todas as doutrinas anteriores, ainda as mais definitivas, e abraçarão esta psicologia nova, única verdadeira, e tudo estará acabado. Até lá passarei por tonto, como se vai ver. <br /> Matias, cônego honorário e pregador efetivo, estava compondo um sermão quando começou o idílio psíquico. Tem quarenta anos de idade, e vive entre livros e livros para os lados da Gamboa. Vieram encomendar-lhe o sermão para certa festa próxima; ele que se regalava então com uma grande obra espiritual, chegada no último paquete, recusou o encargo; mas instaram tanto, que aceitou. <br />— Vossa Reverendíssima faz isto brincando, disse o principal dos festeiros. <br /> Matias sorriu manso e discreto, como devem sorrir os eclesiásticos e os diplomatas. Os festeiros despediram-se com grandes gestos de veneração, e foram anunciar a festa nos jornais, com a declaração de que pregava ao Evangelho o Cônego Matias, "um dos ornamentos do clero brasileiro". Este "ornamento do clero" tirou ao cônego a vontade de almoçar, quando ele o leu agora de manhã; e só por estar ajustado, é que se meteu a escrever o sermão. <br /> Começou de má vontade, mas no fim de alguns minutos já trabalhava com amor. A inspiração, com os olhos no céu, e a meditação, com os olhos no chão, ficam a um e outro lado do espaldar da cadeira, dizendo ao ouvido do cônego mil cousas místicas e graves. Matias vai escrevendo, ora devagar, ora depressa. As tiras saem-lhe das mãos, animadas e polidas. Algumas trazem poucas emendas ou nenhumas. De repente, indo escrever um adjetivo, suspende-se; escreve outro e risca-o; <br />mais outro, que não tem melhor fortuna. Aqui é o centro do idílio. Subamos à cabeça do cônego. <br /> Upa! Cá estamos. Custou-te, não, leitor amigo? É para que não acredites nas pessoas que vão ao Corcovado, e dizem que ali a impressão da altura é tal, que o homem fica sendo cousa nenhuma. Opinião pânica e falsa, falsa como Judas e outros diamantes. Não creias tu nisso, leitor amado. Nem Corcovados, nem Himalaias valem muita cousa ao pé da tua cabeça, que os mede. Cá estamos. Olha bem que é a cabeça do cônego. Temos à escolha um ou outro dos hemisférios cerebrais; mas vamos por este, que é onde nascem os substantivos. Os adjetivos nascem no da esquerda. Descoberta minha, que ainda assim não é a principal, mas a base dela, como se vai ver. Sim, meu senhor, os adjetivos nascem de um lado, e os substantivos de outro, e toda a sorte de vocábulos está assim dividida por motivo da diferença sexual... <br />— Sexual? <br /> Sim, minha senhora, sexual. As palavras têm sexo. Estou acabando a minha grande memória psico-léxico-lógica, em que exponho e demonstro esta descoberta. Palavra tem sexo. <br />— Mas, então, amam-se umas às outras? <br /> Amam-se umas às outras. E casam-se. O casamento delas é o que chamamos estilo. Senhora minha, confesse que não entendeu nada. <br />— Confesso que não. <br /> Pois entre aqui também na cabeça do cônego. Estão justamente a suspirar deste lado. Sabe quem é que suspira? É o substantivo de há pouco, o tal que o cônego escreveu no papel, quando suspendeu a pena. Chama por certo adjetivo, que lhe não aparece: "Vem do Líbano, vem..." E fala assim, pois está em cabeça de padre; se fosse de qualquer pessoa do século, a linguagem seria a de Romeu: "Julieta é o sol... ergue-te, lindo sol." Mas em cérebro eclesiástico, a linguagem é a das Escrituras. Ao cabo, que importam fórmulas? Namorados de Verona ou de Judá falam todos o mesmo idioma, como acontece com o thaler ou o dólar, o florim ou a libra que é tudo o mesmo dinheiro. <br /> Portanto, vamos lá por essas circunvoluções do cérebro eclesiástico, atrás do substantivo que procura o adjetivo. Sílvio chama por Sílvia. Escutai; ao longe parece que suspira também alguma pessoa; é Sílvia que chama por Sílvio. <br /> Ouvem-se agora e procuram-se. Caminho difícil e intrincado que é este de um cérebro tão cheio de cousas velhas e novas! Há aqui um burburinho de idéias, que mal deixa ouvir os chamados de ambos; não percamos de vista o ardente Sílvio, que lá vai, que desce e sobe, escorrega e salta; aqui, para não cair, agarra-se a umas raízes latinas, ali abordoa-se a um salmo, acolá monta num pentâmetro, e vai sempre andando, levado de uma força íntima, a que não pode resistir. <br /> De quando em quando, aparece-lhe alguma dama — adjetivo também — e oferece-lhe as suas graças antigas ou novas; mas, por Deus, não é a mesma, não é a única, a destinada ab eterno para este consórcio. E Sílvio vai andando, à procura da única. Passai, olhos de toda cor, forma de toda casta, cabelos cortados à cabeça do Sol ou da Noite; morrei sem eco, meigas cantilenas suspiradas no eterno violino; Sílvio não pede um amor qualquer, adventício ou anônimo; pede um certo amor <br />nomeado e predestinado. <br /> Agora não te assustes, leitor, não é nada; é o cônego que se levanta, vai à janela, e encosta-se a espairecer do esforço. Lá olha, lá esquece o sermão e o resto. O papagaio em cima do poleiro, ao pé da janela, repete-lhe as palavras do costume e, no terreiro, o pavão enfuna-se todo ao sol da manhã; o próprio sol, reconhecendo o cônego, manda-lhe um dos seus fiéis raios, a cumprimentá-lo. E o raio vem, e pára diante da janela: "Cônego ilustre, aqui venho trazer os recados do sol, meu senhor e pai." Toda a natureza parece assim bater palmas ao regresso daquele galé do espírito. Ele próprio alegra-se, entorna os olhos por esse ar puro, deixa-os ir fartarem-se de verdura e fresquidão, ao som de um passarinho e de um piano; depois fala ao papagaio, chama o jardineiro, assoa-se, esfrega as mãos, encosta-se. Não lhe lembra mais nem Sílvio nem Sílvia. <br /> Mas Sílvio e Sílvia é que se lembram de si. Enquanto o cônego cuida em cousas estranhas, eles prosseguem em busca um do outro, sem que ele saiba nem suspeite nada. Agora, porém, o caminho é escuro. Passamos da consciência para a inconsciência onde se faz a elaboração confusa das idéias, onde as reminiscências dormem ou cochilam. Aqui pulula a vida sem formas, os germens e os detritos, os rudimentos e os sedimentos; é o desvão imenso do espírito. Aqui caíram eles, à procura um do outro, chamando e suspirando. Dê-me a leitora a mão, agarre-se o leitor a mim, e escorreguemos também. <br /> Vasto mundo incógnito. Sílvio e Sílvia rompem por entre embriões e ruínas. Grupos de idéias, deduzindo-se à maneira de silogismos, perdem-se no tumulto de reminiscências da infância e do seminário. Outras idéias, grávidas de idéias, arrastam-se pesadamente, amparadas por outras idéias virgens. Cousas e homens amalgamam-se; Platão traz os óculos de um escrivão da câmara eclesiástica; mandarins de todas as classes distribuem moedas etruscas e chilenas, livros ingleses e rosas pálidas; tão pálidas, que não parecem as mesmas que a mãe do cônego plantou quando ele era criança. Memórias pias e familiares cruzam-se e confundem-se. Cá estão as vozes remotas da primeira missa; cá estão as cantigas da roça que ele ouvia cantar às pretas, em casa; farrapos de sensações esvaídas, aqui um medo, ali um gosto, acolá um fastio de cousas que vieram cada uma por sua vez, e que ora jazem na grande unidade impalpável e obscura. <br />— Vem do Líbano, esposa minha... <br />— Eu vos conjuro, filhas de Jerusalém... <br /> Ouvem-se cada vez mais perto. Eis aí chegam eles às profundas camadas de teologia, de filosofia, de liturgia, de geografia e de história, lições antigas, noções modernas, tudo à mistura, dogma e sintaxe. Aqui passou a mão panteísta de Spinoza, às escondidas; ali ficou a unhada do Doutor Angélico; mas nada disso é Sílvio nem Sílvia. E eles vão rasgando, levados de uma força íntima, afinidade secreta, através de todos os obstáculos e por cima de todos os abismos. Também os desgostos hão de vir. Pesares sombrios, que não ficaram no coração do cônego, cá estão, à laia de manchas morais, e ao pé deles o reflexo amarelo ou roxo, ou o que quer que seja da dor alheia e universal. Tudo isso vão eles cortando, com a rapidez do amor e do desejo. <br /> Cambaleias, leitor? Não é o mundo que desaba; é o cônego que se sentou agora mesmo. Espaireceu à vontade, tornou à mesa do trabalho, e relê o que escreveu, para continuar; pega da pena, molha-a, desce-a ao papel, a ver que adjetivo há de anexar ao substantivo. <br /> Justamente agora é que os dous cobiçosos estão mais perto um do outro. As vozes crescem, o entusiasmo cresce, todo o Cântico passa pelos lábios deles, tocados de febre. Frases alegres, anedotas de sacristia, caricaturas, facécias, disparates, aspectos estúrdios, nada os retém, menos ainda os faz sorrir. Vão, vão, o espaço estreita-se. Ficai aí, perfis meio apagados de paspalhões que fizeram rir ao cônego, e que ele inteiramente esqueceu; ficai, rugas extintas, velhas charadas, regras de voltarete, e vós também, células de idéias novas, debuxos de concepções, pó que tens de ser pirâmide, ficai, abalroai, esperai, desesperai, que eles não têm nada convosco. Amam-se e procuram-se. <br /> Procuram-se e acham-se. Enfim, Sílvio achou Sílvia. Viram-se, caíram nos braços um do outro, ofegantes de canseira, mas remidos com a paga. Unem-se, entrelaçam os braços, e regressam palpitando da inconsciência para a consciência. "Quem é esta que sobe do deserto, firmada sobre o seu amado?", pergunta Sílvio, como no Cântico; e ela, com a mesma lábia erudita, responde-lhe que "é o selo do seu coração", e que "o amor é tão valente como a própria morte". <br /> Nisto, o cônego estremece. O rosto ilumina-se-lhe. A pena cheia de comoção e respeito completa o substantivo com o adjetivo. Sílvia caminhará agora ao pé de Sílvio, no sermão que o cônego vai pregar um dia destes, e irão juntinhos ao prelo, se ele coligir os seus escritos, o que não se sabe.Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-61717775097531532542010-05-03T14:28:00.003-03:002010-05-03T14:45:40.949-03:00O Mago<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0hwjjAlVZ6ey5drdWTMVlIHOa1B1nWhZroA89EiKZBbmSOALhYBWWZx1CWRbIQ1eyGkZj__dV-OfMn8rBKIp4EG58OQkABR7_VempnrbB6Abln1ljw3a6JZBLl2xG_ju5rZP9/s1600/O+Mago+menor.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 307px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0hwjjAlVZ6ey5drdWTMVlIHOa1B1nWhZroA89EiKZBbmSOALhYBWWZx1CWRbIQ1eyGkZj__dV-OfMn8rBKIp4EG58OQkABR7_VempnrbB6Abln1ljw3a6JZBLl2xG_ju5rZP9/s400/O+Mago+menor.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5467098096473859650" /></a><br /><br /><br />"No centro das recordações de Hesse (escritor de "Sidarta", "Demian" e outros) um desejo que não só fundou a sua literatura: o de se tornar um mago. Esse sonho, ele rememora, surgiu quando ainda era um menino. Homem maduro, ele o vê como "fruto de uma certa insatisfação com o que chamavam realidade e que às vezes me parecia ser apenas uma tola convenção dos adultos"". <br /><br />José Castello no jornal <em>O Globo</em>.Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-61284433991045094632010-04-22T13:45:00.000-03:002010-04-22T13:46:41.226-03:00Soldados Prontos?Meus sinceros votos de paz <br />Àqueles que vivem inundados na beleza e na desgraça<br />Que se comece um novo tempo depois das traças<br />E a calamidade se transforme em cais<br /> <br />De Sorocaba até o Rio<br />Vejo a vida por outro ângulo<br />Imersa em sonhos de criança<br />Não desistindo de entrar na dança<br />Comungo da diferença espero e espio<br /> <br />Tudo passa assa e caça<br />No último grito triste dos ignorantes <br />Anunciando o aço da justiça<br />Fazendo parte de uma ameaça<br />Testando rezas para ser como antes<br />Liquidando o sonho da máscara postiça<br /> <br />Talvez agora possamos ser mais do que somos<br />E a calamidade represente um sonho<br />Sonhado por pequenos capitães de notas<br />Que acordarão soldados prontos para guiar as tropas<br /> <br />É um desejo nobre e forçado<br />Filho de um tempo pobre e alvoroçado<br />Representando o ponto de mutação<br />Do capitalismo à revolução!Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-85333011170228241852010-03-24T20:57:00.001-03:002010-03-24T20:59:31.527-03:00DigestãoNo caminho para casa, foi se despindo do seu nome, sua profissão, seus porquês, suas vontades. Começou a ser apenas uma sensação. Tinha gelo em seu estômago e seu coração estava queimando. Será que era o amor? Por um estranho? Um moço poeta. Poeta Silvio. Poeta Silvio Diogo e seu livro artesanal. Quem era ele? Por que esta sensação infantil e quando poderia vê-lo de novo? Só o que tinha era seu e-mail, que poderia até ter anotado errado. Meu Deus. Onde estou? Quem sou eu agora? Não tinha referência sobre coisa nenhuma e o sol da rua estava esquentando e fazia escorrer suor pelo rosto. Porque estava a pé? Deveria ter pego o carro! Que burrice! Agora vou demorar para chegar em casa. Quero ler este homem. Mas que ansiedade é essa, Clarice? Parece que nunca viu um homem na vida, ou pior, parece que você tem esperanças de ser ele o homem da sua vida. Ele não merece toda essa projeção. Ele só faz poesias. É um artista, um trabalhador, uma pessoa comum que está tentando entender alguma coisa. Como todos nós, não é? Já estava perto de casa. Não agüentou a ansiedade de pensar como seriam as outras poesias e o que escreveria no e-mail para ele. Não crie tanta expectativa. Você pode se frustrar. Mas também que coisa, Clarice! Porque você é tão racional? Calma. Tenha calma, por favor. Você tem um trabalho a fazer e ele te inspirou. Ele te fez relembrar o amor de verdade. E o amor só nasce dentro de um espaço vazio que está pronto para ser preenchido. Pronto? Não. Eu não estou pronta. Está apaixonada. Foi a cor - de- rosa. Eu precisava disso hoje. Preciso disso para desenhar. Mas são os olhos dele e não a poesia, apenas. O modo como ele falou “A fonte é o princípio do mundo” como se tivesse descoberto alguma coisa. Ele deve pensar sobre o que eu penso. Sobre tudo e nada. Sobre tudo. Impossível eu encontrar a minha paz neste turbilhão. Mas parece que eu estava com vontade de um chocolate e me ofereceram um brownie com café. Foi muito mais do que eu precisava e agora eu transbordo como uma tola. A crítica zomba da minha desproteção como uma irmã mais velha zomba da irmã mais nova quando tenta fazer algo que não domina. A crítica é muito mais antiga em mim do que a paixão. Amadurece logo! Seja mais forte do que eu! Que essa sensação me empurre para lugares desconhecidos e que eu não me impeça de ir. Que eu preserve minha força mais ancestral de sentir antes de pensar. Que eu não consiga ser somente eu, mas tudo o que não conheço. Me liberta do medo.<br />Chegou em casa. O sol entrava pela janela e batia diretamente em seu desenho da parede. O desenho cor-de-rosa era simplesmente insignificante. Era preciso ter muita calma e fé.<br />Ler as poesias a deixavam transtornada e impaciente. Ele a deixou com febre, Não se sabe se pelo calor que ela viera da rua ou se pelos pensamentos de Silvio. Ela estava dentro dele e tudo lhe parecia supérfluo perto da essência de suas palavras. Era ela. Ela estava naquelas poesias assim como somos todos o mesmo planeta. Sua individualidade pulsava em cada frase e sua tortura maior foi se perder ali como se fosse fluida e sem nenhuma base. Embora a raiz dela deslizasse numa fonte sem fim de pensamentos elevados e perturbadores. Mas ali havia uma, então desconhecida, paz.<br /><br />(Parte do "Livro")<br /><br />Luciana Bollina 03/2010Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-35651383382356646892010-03-06T20:26:00.001-03:002010-03-06T20:30:53.310-03:00Ensaio do Objetivo do Subjetivo"O diário íntimo carrega consigo a idéia de algo secreto. No seu livro, Denise Schittine, explica a origem da palavra segredo a partir do autor A. S. Levy. Segredo é uma derivação do verbo secerno, que significa separar, discernir. Ou seja, segredo tem relação com a escolha que se faz entre quem deve e quem não deve saber algo".<br /><br />A idéia de começar a falar sobre algo e compartilhar uma opinião, impressão ou sensação sobre algum fato qualquer da vida já é um indício de desejo de eternidade. Quando apenas falamos com um amigo sobre alguma coisa, transformamos aquilo em uma informação que não existia antes. Portanto através de uma opinião ou pensamento ou manifestação, eu passo a existir. Me parece que cada vez mais precisamos de provas sobre existirmos e termos pensamentos. Quando resolvi montar um blog, para dividir meus pensamentos com outras pessoas, percebi que uma outra identidade passou a existir. Uma identidade anônima e não tão anônima assim. Um EU na internet. Como se isso fosse possível. Não é. Mas cria uma divertida e lúdica ilusão. Permite contatos rápidos e diretos, sem meias palavras. Mas ainda assim, prefiro sair para tomar um café. Permite que eu esteja escrevendo essas palavras e compartilhe com os visitantes do meu blog, que ainda tem a minha foto aí em cima para dizer que estas palavras são minhas, este pensamento é meu. É a vaidade extrapolada das mídias tecnológicas. Ou então uma vaidade tolerável e inocente, não mais considerada um pecado. Sou vítima do meu tempo. Pertenço a ele. Além de eu ser atriz. Que é ser um sinônimo de comunicação com o externo. Compartilhar esta idéia, talvez, porque queira uma opinião, ou ainda que este diálogo-monólogo me crie um interlocutor fantasma que concorda e pensa junto comigo. Dando-me coragem para a expressão íntima. Ainda assim, tenho meus múltiplos caderninhos cheios de solilóquios que estão escritos de mim para eu. E só. Mentira. Estão escritos para não serem mais meus. Persistindo aí também a idéia de eternidade. Para que a minha bisneta encontre esses caderninhos empoeirados dentro de uma caixa e que se emocione pensando: “Como a bisa era parecida comigo”. Ou então no intuito terapêutico de organizar a mente. E depois de alguns anos reler tudo aquilo e pensar: “Como eu fui feliz!” ou “Como eu mudei” ou simplesmente reviver tudo aquilo como se tivesse apertado o << REW. Mas essa tendência cibernética de colocar tudo em pastas e ficar tranqüilo porque a vida vivida está bem guardada não basta. Precisa-se divulgar. Multiplicar. Ter fãs. Isto é a cultura da celebridade. Olhe só. Tudo se mistura. <br /><br />“Para o filósofo Jean Baudrillard, o sucesso da vida real no mundo virtual se deve ao fato de que a mídia e a televisão não são mais capazes de prestar contas dos fatos insuportáveis do mundo e, por isso, houve uma descoberta do cotidiano como um atrativo neutralizador. Nas palavras de Baudrillard, a banalidade existencial é hoje o acontecimento mais mortífero, a atualidade mais violenta”. <br /><br />Eu concordo, mas não sou radical. Acredito que assim como a religião, o nosso tempo serve para salvar ou cegar. Se posso me salvar escrevendo. Escrevo mais do que depressa e com muita fé. E digo “salvar” porque nossa condição humana é angustiante em vários sentidos e viver da arte, agora digo mais pessoalmente, não é nada anti-ansiolítico. Então escrever resolve em mim uma ansiedade e me coloca em ordem comigo mesma de uma forma espetacular e poética. Descubro meu poder de transformação na criação, pois sirvo de canal para que o meio em que vivo se manifeste através de mim. Assim acredito. Mas se o Blog assumir o papel de algo além de mim. Algo que ocupe mais o meu tempo do que sair para ver o Mundo, aí é o caso de começar a me preocupar. Não é nenhuma novidade os sintomas do vídeo-game. O adolescente vira uma ostra. E só lá na frente vai perceber a causa de tanta dificuldade em socializar. A tela luminosa transforma-se em mais que distração. Passa a ser um hábito ruim e que afasta do convívio (físico, não virtual). Mas isso tudo porque estamos numa sociedade muito acomodada em sua privacidade para se importar com o afastamento do convívio social. A privacidade se transforma na coisa mais importante. Todo mundo com sua televisão, seu computador, seu carro, seu orkut, facebook, twitter, myspace, etc. e etc. E não sobra tempo para distrações mais reais. Como se não fossem mais tão importantes, sem contar com a violência crescente das ruas que prende ainda mais as pessoas em casa. Além de passar a ser um hábito o xingamento no trânsito, simplesmente pelo fato de estarmos xingando uma máquina que não pode olhar nos olhos. Ignorando completamente em que circunstância a pessoa no volante está quando não acelerou imediatamente quando o sinal abriu.<br /><br />Enfim, a violência, os excessos de timidez, a vaidade, a eternidade, o medo da morte, tudo isso sempre existiu entre nós e viver com tudo isso a volta e dentro é a tal condição humana. Resistir ao excesso de acomodação é uma tarefa que exige esforço e atenção redobrada. Resistir ao hábito e perceber aquilo que você está fazendo da sua vida é estar vivo. Apenas por querer entender, mesmo não entendendo, descubro caminhos incríveis. Não estou aqui para entender nada, nem para querer ser eterna através de letras. Quando lemos uma história, somos os personagens e não se lembra do autor da escrita. Acreditar na eternidade é vaidade mas também é ingênuo, pois somos mais do que eternos quando não acreditamos em separação. Deixando que a privacidade seja nada mais do que uma criativa ilusão.<br />O professor e escritor Charles Kiefer afirma que "o blog é a objetivação de uma nova subjetividade."<br />Os historiadores Philippe Ariès e Georges Duby pesquisaram a origem do conceito de privacidade e encontraram, em dicionários de língua francesa do século XIX — momento em que a vida privada adquiria todo o vigor — o verbo privar, significando domesticar, domar.<br /><br />PS: As observações entre aspas foram tiradas deste site: http://www.simonebeauvoir.kit.net/artigos_p05.htmLuciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-68486523042266293012010-02-24T10:58:00.002-03:002010-02-25T18:17:18.690-03:00Escritos sobre o Voo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQHVYzChaJY_GyHSxHZpa_l3BhyphenhyphenzNq8aD8Rg57pAVon11ipOcGLZtn0cj26BvOM4c6Edq31X1byydJ_q7-UzEIw5g8KUZHb2k6j49B2SUT9J0KwCDmNdCSo9a9IZDcHV1aD7U4/s1600-h/curitiba6.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 214px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQHVYzChaJY_GyHSxHZpa_l3BhyphenhyphenzNq8aD8Rg57pAVon11ipOcGLZtn0cj26BvOM4c6Edq31X1byydJ_q7-UzEIw5g8KUZHb2k6j49B2SUT9J0KwCDmNdCSo9a9IZDcHV1aD7U4/s320/curitiba6.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5441809445252121650" /></a><br />Geralmente não lembramos quando começamos a nos tornar desumanos. Como se a consciência apagasse o vestígio dessa traição. Mas quem não se lembra de quando se transformou em humano? Não sei o que me aconteceu exatamente. Se foi um amor, um trabalho, um filme, uma peça, que me despertou desse sono leve e manso da comodidade. Só me lembro que foi em 2006. Comecei a escrever. Tudo o que me vinha pela cabeça, eu escrevia. Ficava feliz quando no meio da rua surgia uma idéia sobre o que escrever. Eu morava sozinha. Acordava e escrevia. Escrevia até ter fome. E isso acontecia depois de um orgasmo ideal. Se é que posso chamar assim. Porque era o orgasmo de uma idéia. <br /><br />Eu me ocupava de pensar e isso era um pouco estranho. Não que antes eu não pensasse, mas era diferente. Eu pensava naquilo que estava na minha frente, de uma maneira superficial e viciada. Eu pensava porque sempre gostei de pensar, mas nunca havia ido muito fundo nisso... <br /><br />Nesses escritos, encontrei EU. Uma coisa que parece comigo, mas é muito maior. Não o EU do espelho, nem o EU que chama Ego, nem o EU que eu acho que sou. É um EU que quando aparece emociona. Um EU que é tudo. EU sou tudo e em mim tudo circula e existe. Por isso e para isso eu escrevia e escrevia! Não queria chegar a lugar nenhum, mas tinha certeza que isso só poderia ser Deus. Era como se estivesse conversando sinceramente com o Universo. <br /><br /><br /><br />Em 2007 montei, junto com grandes amigos, uma peça que chamei de Voo. E nada mais era do que uma reunião desses meus primeiros textos da vida. Foi a melhor experiência de todas! E só poderia ser eu a desempenhar este papel. As palavras deveriam sair da minha boca. E como eu acreditei neste projeto! Como eu me dediquei e como eu queria falar aquilo tudo! Uma trajetória de uma menina que tinha começado a se descobrir no Mundo como um ser único e capaz de modificar a própria vida. Foi um sucesso sublime e amável.<br /><br />Percebi que era isso! Eu sou artista para fazer isso! Entendi que o que eu falava na peça emocionava e mexia com a essência do homem-público. Eu estava tocando em alguma coisa debaixo de toda a pedra. Não dá para explicar a doçura que uma senhora de 45 anos me olhou e disse:- “Eu faço teatro por isso que você falou aqui. Comecei agora, mas o buraco de antes não existe mais”. Uma jovem de 15 anos não conseguiu falar. Ela me abraçou e chorou. Mas não sem antes me olhar nos olhos. Esse olhar foi também um presente e uma recompensa. Mas não era EU na peça. Era todo o Mundo. Aquele Eu que é todo Mundo. Não havia vaidade, havia presente. Não havia medo, havia fé. E não havia pretensão, havia verdade. E só a verdade salva a Arte. Aquela que é a Deusa do pensamento e cavalga no cavalo branco da revolução e da paz. Que é capaz de remover teias intermináveis de um vício filosofal e promover esperança num poço de escuridão.<br /><br />Essa Arte verdadeira me transforma em ser – humano. <br /><br />E eu cheguei a ter medo, a repensar se era capaz de fazer um monólogo. Uma atriz jovem como eu. Que não tinha experiência e nem sabia direito como se relacionar com um público, sozinha. Foi apavorante sim. Mas muito mais estimulante. Eu não podia desistir. Já havia gente envolvida e acreditando também. Como eu poderia querer tanto falar aquilo e depois dizer: “Eu acho que é melhor chamar uma atriz para falar aquilo que eu penso mais profundamente!”. Não! Eu não poderia fazer isso. E tive que acreditar em mim. No EU do espelho. Foi uma luta. EU do Espelho versus Eu Todo Mundo. Mas eu sempre pensava naqueles momentos de solidão em que escrevia e escrevia sem pensar a função daquilo e se estava bom e bonito. E assim que fiz a peça. Com verdade e amor. Sem deixar que o julgamento dominasse minha mente. <br /><br />O Voo teve temporada curta em São Paulo e agora vou remontá-lo aqui no Rio com nova direção e novos amigos! Vou remontar porque acredito nisso assim como acredito na paz. Considerando que mudei muito e que vi qual faixa etária se identificou mais com aquela expressão, mudei algumas coisas no texto e abordei mais alguns assuntos. Espero que a inocência dessa personagem brote em mim novamente. Que a Arte me ilumine em seu cavalo de luz e que as lutas sejam mais pacíficas. Que a humanidade se preserve pura e que me desperte a cada dia. Que seja como deve ser. Mas que eu nunca desista de querer ser a verdadeira artista. Aquela que dentre tantas bocas do Mundo é a que assopra compreensão e totalidade.Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-8648229578816786692010-02-18T19:18:00.001-02:002010-02-18T19:18:47.912-02:00Clarice Clara"Eu, alquimista de mim mesmo. Sou um homem que se devora? Nao, é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos meus modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus.<br />Vivo em escuridão da alma, e o coração pulsando, sôfrego pelas futuras batidas que não podem parar". - Clarice LispectorLuciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-79710063823592335932009-12-11T10:07:00.001-02:002009-12-11T10:09:07.350-02:00Despertar InesperadoAcordar 7 horas da manhã é comum para os trabalhadores paulistanos. A cidade já começou a despertar às 5h. Mas eu nunca ou quase nunca desperto nesse horário. Despertar no sentido de abrir os olhos secos e não conseguir virar pro canto e dormir mais um pouco. A única razão por eu ter despertado foi por saber que o dia já estava acontecendo. Saber que já existe vida ativa lá fora e que pode valer a pena acordar cedo simplesmente pelo fato de se ter mais dia. Ver o solzinho fraco nas árvores ao longe pela varanda e não tão próximo como o sol das 11 horas, que bate e reflete no cimento e que invade o corpo de calor e fúria. Ouvir os passarinhos ao mesmo tempo que se ouve o barulho dos motores dos carros ainda distantes, embora já presentes e constantes. Nessa hora da manhã, a beleza de estar viva é mais presente. Acordar sem ter que acordar para começar as obrigações do dia é ter a chance de parar e presenciar um florescer comum, mas que exige observação concentrada e meditada. Os pensamentos são existenciais mas também práticos pois o dia já começou. Não é como a madrugada que pertence ao silêncio e ao questionamento profundo. A manhã traz a consciência de ontem e a perspectiva de hoje. Estar no presente agora é como estar decidida a não se dividir em dois e ser uma em pensamento e visão. Como se isso fosse possível. Mas se tenta. E quando pertenço ao presente, existo e sou verdade. A dualidade inevitável deste momento propõe um desafio. É como decidir ser feliz. E ser.<br />Sinto-me em exercício mas não me esforço. Prolongo algo que já existe em mim.<br />Inspiro profundamente e sem pressa a sensação de acordar e expiro fluente e quente o meu dentro que tem amor e paz, prolongando o momento porque eu quero e preciso.<br />A consciência está se encontrando no começo de um dia cheio de Deus e perfeição, que são a mesma coisa. A sensação física do meu corpo e de pertencer a este novo dia é como um agradecimento silencioso pela minha vida ser como um presente cheio de tudo que conheço.<br />Sou tudo, sem pensar, e me perco na existência simplesmente por saber e querer admirar uma manhã como um milagre.<br /><br />Luciana Bollina<br />11/12/09Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-29625323691973077342009-06-17T11:53:00.003-03:002009-06-17T12:21:20.407-03:00Expressão para voar<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFInUnIaLk57Vz6airQsvgvN4eyNXKWs_Swg7YeVjOS4pum_Lo0SvzxcF9QugnUs787siatkEdwGwl9mD72zFC7ZHJ2DIAAR9iiJrcN9KnPqNcXcvbAYfjvY1q_c7Gd1IdvAt4/s1600-h/IMG00108-20090525-1246.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFInUnIaLk57Vz6airQsvgvN4eyNXKWs_Swg7YeVjOS4pum_Lo0SvzxcF9QugnUs787siatkEdwGwl9mD72zFC7ZHJ2DIAAR9iiJrcN9KnPqNcXcvbAYfjvY1q_c7Gd1IdvAt4/s320/IMG00108-20090525-1246.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5348310912353395282" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitnVHFnZxYvpx2OybRMUXOe71ySFS8Qo-xRfrc8L14QYtyvbKbsM9q-pvCPrdNz56r8QTqPE8yJ9TbI1FZ3UUJI_ZgGIdyNwr0FGe1ubVusSbHtBYm2KccUIhc0GRz5NJ1Yb_D/s1600-h/IMG00098-20090525-1236.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitnVHFnZxYvpx2OybRMUXOe71ySFS8Qo-xRfrc8L14QYtyvbKbsM9q-pvCPrdNz56r8QTqPE8yJ9TbI1FZ3UUJI_ZgGIdyNwr0FGe1ubVusSbHtBYm2KccUIhc0GRz5NJ1Yb_D/s320/IMG00098-20090525-1236.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5348310910571378930" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHwvJBRYrJU0EcwOjW4aZSzO22IthNA8U4EXWB7gX6yNu1KiMtgUnSqEubqh3MwWNEPZKj6ci89NVVY5wadQxXfGhEsm7N1SWLFTSaYCX-Ul_WkxkGfItiyFvsewEAQW7C2PP1/s1600-h/IMG00094-20090525-1234.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHwvJBRYrJU0EcwOjW4aZSzO22IthNA8U4EXWB7gX6yNu1KiMtgUnSqEubqh3MwWNEPZKj6ci89NVVY5wadQxXfGhEsm7N1SWLFTSaYCX-Ul_WkxkGfItiyFvsewEAQW7C2PP1/s320/IMG00094-20090525-1234.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5348310903921147074" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtRGc1cvXmzb8PtL6fiQX2sXSC3NTwLXM0iCaf0R5pK8UIApg69gCS3wOIbbEWGZ7j3d5ICjOW0bTwSIusAok3p5PBrN4rKxb1V40Y9dE7nInrGUFTdaynPXtH3HD8FGKIWjzv/s1600-h/IMG00083-20090525-1229.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtRGc1cvXmzb8PtL6fiQX2sXSC3NTwLXM0iCaf0R5pK8UIApg69gCS3wOIbbEWGZ7j3d5ICjOW0bTwSIusAok3p5PBrN4rKxb1V40Y9dE7nInrGUFTdaynPXtH3HD8FGKIWjzv/s320/IMG00083-20090525-1229.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5348310902053949410" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7OXKFK64CFvrRC8NR1MKMG6_nvbXEb6ZBr1HPbtn-S2m2w8JBydx7CMhNAybm2cYpLbDGUs73ZpqoHFkpORvdatjg8G2r0gFC0dVXkCusoZ0z6erQaWKnaxdrVW2IyT8mosiG/s1600-h/IMG00076-20090525-1224.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7OXKFK64CFvrRC8NR1MKMG6_nvbXEb6ZBr1HPbtn-S2m2w8JBydx7CMhNAybm2cYpLbDGUs73ZpqoHFkpORvdatjg8G2r0gFC0dVXkCusoZ0z6erQaWKnaxdrVW2IyT8mosiG/s320/IMG00076-20090525-1224.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5348310901349518962" /></a>Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-78889508686359027532009-05-01T01:09:00.003-03:002009-05-01T01:23:37.395-03:00(Dentro) de um Casulo (ainda)O Voo está suspenso no ar...<br /><br />Espero o tempo que a obra quer para amadurecer e para ser a hora <br />Preciso entender que há hora certa para se falar certas coisas<br /><br />Espero o período tenso e desarrumado passar<br />Em tempos de crise, rastreamos água no deserto<br /><br />Espero as respostas da realidade para que a arte possa se ajeitar<br />Investindo e semeando asas pela terra<br /><br />Espero sem ansiedade mas com suspensão importante<br />Continuo querendo o que quero e não desisto<br /><br />Espero a melodia da certeza <br />Existe sincronicidade<br /><br />Agora há casulo.Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-16824940269974813262009-04-08T19:41:00.002-03:002009-04-08T19:53:20.931-03:00O Amor<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDvTuIXWQ7K0JEWjU9TN3L0Y4dwcyGt0MkrcNt4GNWW0c5xl13bI9jr-Q9AvsamcQEesmmuzDP4x5QpV6NmkC_y8IxTnOm72tjJY-PX82caSjqiaAXekPPIxg-E8nGKC0kpwyt/s1600-h/DSC00461.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 309px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDvTuIXWQ7K0JEWjU9TN3L0Y4dwcyGt0MkrcNt4GNWW0c5xl13bI9jr-Q9AvsamcQEesmmuzDP4x5QpV6NmkC_y8IxTnOm72tjJY-PX82caSjqiaAXekPPIxg-E8nGKC0kpwyt/s400/DSC00461.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5322455788234671138" /></a><br /><br />Se encontrou um lar<br />Se achou a paz<br />Se agradeceu a vida<br />Se tem um motivo para levantar <br />Se olhou os outros olhos no fundo<br />Se planejou realizar<br />Se tocou no céu<br />Se perdeu a razão<br />Se suspendeu a expiração<br />Se uniu o meio<br />Se pertenceu a tudo<br />Se sua condição condiz com o seu ser<br />O amor chegou e demora o tempo que não existeLuciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-48442427434037123712009-04-01T23:26:00.000-03:002009-04-01T23:27:31.724-03:00Voo RasanteO vôo da droga não acontece, ilude<br />É atitude de falsos palhaços<br />Melodrama de sofredores de aço<br />Melodia dos que não têm canção<br /><br />Engana docemente os que sofrem do desamor<br />Plantando em suas almas uma árvore sem cor<br />E para aqueles que buscam respostas<br />Pinta as mais diversas portas filosofais<br />Arsenais de mistérios que envolvem até os ancestrais<br />Criando rituais sagrados que já não podem existir<br />Pois vivemos em guerra há muito e não há como mentir<br /><br />O vôo da droga não se sustenta no espaço<br />Pois a vida precisa de passos no chão<br />E quando pensei que voava em alguma direção<br />Caí lá de cima numa parábola <br />Que extrapolava qualquer dimensãoLuciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-57518299467637034202009-03-19T09:52:00.003-03:002009-03-19T10:01:48.328-03:00RELEASE "VOO"<div align="justify">Vôo é um espetáculo escrito e interpretado pela atriz, cantora e bailarina Luciana Bollina (Em cartaz com o Musical – Tom e Vinícius).<br />Vôo estreou~na cidade de São Paulo, no Teatrix, onde esteve em cartaz de Agosto a Outubro de 2007. Em Março de 2008, participou do Festival Internacional de Teatro de Curitiba com a direção de Guily e recebe agora nova montagem no Rio de Janeiro no Teatro Municipal do Jockey, agora sob a direção de Ricardo Conti.<br />A 1ª temporada será nos meses de Maio e Junho, com reestréia em Agosto de 2009 (Reestréia sujeita a confirmação de pauta).<br /><br />A peça oferece em seu conteúdo uma viagem lúdica, filosófica e performática sobre a eterna busca pela liberdade.<br />Revela o percurso de transformação de uma jovem, numa linguagem teatral que faz analogia à fase de transformação da lagarta à borboleta.<br />A personagem se refugia em seu casulo, mas anseia poder voar. Ela se fragiliza e se fortalece encontrando em si própria o seu ponto de transformação.<br />Voa com liberdade rumo ao seu próprio caminho.<br /><br />O Objetivo artístico deste projeto é iluminar a consciência humana através deste olhar questionador, sensível e apaixonado da mulher.<br />Através do incômodo da jovem personagem com relação aos limites e barreiras da sociedade e seu questionamento quanto aos rótulos do mundo material, estabelece-se uma separação entre seu mundo interno e cheio de possibilidades, e o mundo comum a todos nós.<br /><br />Vôo põe em evidência os temores internos, os bloqueios externos, os hábitos de uma geração de jovens super conectada pelas tecnologias, amedrontada pela violência cotidiana e amparada por drogas e psicotrópicos utilizados como fuga e como forma de socialização.<br /><br />Todo o anseio da personagem propõe em si uma conscientização do Ser e suas capacidades de transformação diante da vida, percebendo as escolhas como potencial libertador.<br /><br />Ampliar a consciência nas asas da liberdade criativa - Esse é o objetivo maior do “Voo”.<br /><br />Somos o que escolhemos. Esta é a verdadeira liberdade.<br />Ter liberdade é ter a coragem de optar.<br />É este o poder transformador que permite ao Ser, voar.<br />Ricardo Conti.<br /><br /></div>Ricardo Contihttp://www.blogger.com/profile/12720063201472253908noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-25311361139395251582009-03-15T00:02:00.004-03:002009-03-15T01:52:32.943-03:00Monólogo do DiaÉ um monólogo a existência. <br />Existem pensamentos protagonistas dos sonhos e dos medos, assim como coadjuvantes que influenciam muito os pensamentos corriqueiros. <br />Administrando uma orquestra de sensações, vivo como um relampejar de quereres e poderes sempre a procura de algum maestro. Sou o meu dentro como se fosse o último. Sou eu sobre todas as formas e sobre todas as coisas. Quem sou e como sou são possibilidades que se alteram conforme quero a mudança. E querer é poder mesmo deste ponto de vista. Lidar com os personagens presentes em mim é como dialogar com o céu e o inferno diariamente.Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-9604059232425712002009-03-12T00:35:00.001-03:002009-03-12T00:35:32.067-03:00EM BREVE NO RIO DE JANEIRO!!!!Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-63175404428985500522009-03-09T19:23:00.001-03:002009-03-09T19:24:47.262-03:00SinopseVoo é um monólogo que oferece uma viagem lúdica , filosófica e performática sobre a eterna busca pela liberdade.<br /> <br />Revela o percurso de transformação de uma jovem, numa linguagem teatral que cria analogia à fase de transformação da lagarta à borboleta.<br /> <br />Ela se refugia em seu casulo, mas anseia poder voar. Se fortalece, se sensibiliza e encontra em si própria o seu ponto de transformação. <br /><br />Voa com liberdade rumo ao seu próprio caminho.Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-31366118351749769742008-02-08T19:47:00.000-02:002008-02-08T19:50:11.752-02:00Começando com SimNão sei bem por quê mas toda a vez que vou querer começar um texto me aparece a palavra SIM na cabeça. Será uma aceitação? É sempre a primeira palavra a vir à minha cabeça quando vejo uma folha em branco. O assunto que quero tratar: a mulher e o amor. Tentarei.<br /><br />(A revelação de um amor inevitável)<br /><br />Sim! Aceito aquilo que um dia pensei ser seu. Não era. Era meu. Do meu mais dentro possível. Tive que olhar bem no fundo e mesmo assim só enxerguei porque não tive escolha. Eu sempre escolheria vê-lo em você. Meu amor. Meu amor que me ama e que eu amo. Meu amor que é mãe, amante, irmão. Meu amor que nunca diz não... Não posso encontrá-lo em você porque agora sei. Ele está em minha entranhas, em minhas lágrimas sinceras, no meu sorrir... espontaneamente...<br /><br />Sei. <br /><br />O que faço agora se não posso mais procurar?<br />Desespera-me a idéia de estar e ser o meu próprio amor. Sendo. É uma sensação real e cada vez mais verdadeira, autêntica.<br />O que, ao final, restará para você, ser já amado, lacuna? Será o novo? O abismo? O outro? Não mais a busca pelo meu amor...<br />Que profunda tristeza saber disso...<br />Na minha verdade essa certeza grita: É verdade! Sempre busquei a verdade...<br /><br />Te chamarei de amor mesmo assim! Terei o romance mais fundo quando ver minha face nos teus olhos e me alimentarei do seu verdadeiro amor! Aquele que vive dentro do seu dentro mais profundo. E o meu amor amará o seu amor.Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-9562200062755704242007-03-28T20:19:00.000-03:002007-03-28T20:22:07.584-03:00Mãe da Filha da MãeCercada por rosas vermelhas<br />Vê-se o sorriso da moça<br />Delicada como se fosse louça<br />Mas com fogo de acender centelhas<br />Queima o peito todo dia<br />De um alegre viver simples<br />Apaga com água de mãe<br />Essa eterna adolescência de príncipe<br />Será que ela roubou a juventude?<br />Será que ela conservou o saber de mãe?<br />Mãe moça criança do sorriso<br />Mulher fogo com vestidos de babados<br />Minha protetora e minha filha<br />Na simplicidade me ensina<br />Na igualdade me ajuda<br />E tomara Deus que sempre me acuda<br />Que o mundo te mantenha pra sempre criança<br />E que nada a faça desistir<br />Da sua grande e feminina dança!<br /><br />(Lu Bollina, em 20/02/2007)Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-1142293470667517712006-03-13T20:11:00.000-03:002006-03-13T21:05:00.550-03:00O palhaço de colorir<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/6709/2267/1600/palhaco.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/6709/2267/320/palhaco.jpg" border="0" /></a><br />Cercada por espelhos de diversas feições<br />Me assisto em mutante reviravolta<br />Me espremo em cores intensas, canções<br />E um palhaço amigo me abre a porta<br /><br />Porta do meu destino criado em confusão<br />Que sabendo ou não de sua existência<br />Me ampara com seus sinais de vida<br />Palhaço das pistas invisíveis e sorriso aberto<br />Doa-me sempre em sua essência<br />A verdade que construo a cada passo<br />Sorri, faz laços e chora<br />Quero o mais puro AGORA<br /><br />Portas pregadas em faces espelhadas<br />Curiosa abro com fervor as tantas pistas<br />Ajuda-me e segura-me, mas sem proibir<br />Troca meus espelhos de lugar<br />Mas não me deixa esquecer seu rosto<br />Permanece com suas cores em seu posto<br />Cria meu casulo de idéias e me deixa ar<br />Assopra com purpurina meus pesadelos<br />Conta-me sempre a verdade de meus elos<br />E me ajude sempre a criar, sem inventar<br /><br />Espelhos das faces errantes<br />Espelhos que me refletem<br />Espelhos que me colorem<br />Espelhos mutantes<br />São eles que fazem o palhaço pintor<br />Meu companheiro de idéias<br />E no meu palco és o primeiro ator<br /><br />Não me abandone nunca<br />Pois sem a ingenuidade de te olhar colorido<br />Perco a esperança de caminhar puramente<br />De passear entre as temíveis verdades dos espelhos<br />E de sorrir quando, um dia, o reflexo sumir.Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-1139671168058662042006-02-11T13:17:00.000-02:002006-02-15T20:40:11.656-02:00A Bela de Asas Coloridas<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/6709/2267/1600/a%20Borboleta.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/6709/2267/320/a%20Borboleta.jpg" border="0" /></a><br />O mundo está preso<br />Está sim<br />Casulo de cetim e algodão<br />Conforto atraente<br />Loucura da mente<br />Que nos deixa presos na ilusão<br />De que tudo está aqui<br />Não devemos nunca sair<br /><br />Abri de repente essa linda casa<br />A asa jogou tudo pra longe dali<br />Eu vi<br />Tudo era novo ali na frente<br />Mas consciente eu quis insistir<br />Olhei para trás vi uma baita asa<br />Tão linda, tão bela sem nenhuma casca<br />Sem nenhuma casca<br />Ai que medo que eu tive dela<br />Balela! Vou voar com ela<br /><br />Frente, passos com cuidado<br />O mundo está cheio de falsos palhaços<br />A terra molhada<br />Querendo sementes<br />As mentes em galhos<br />Chamando, chamando<br /><br />Trás, enorme asa enorme<br />Ai que medo que eu tive dela<br />Balela, vou voar com ela<br /><br />Não quero mais ficar no chão<br />Andar, correr, não quero mais<br />O que eu faço pra entender<br />O mecanismo do voarLuciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22299758.post-1139670621216571942006-02-11T13:08:00.001-02:002009-03-12T00:44:34.445-03:00Uma multidão de mimSou fria e branca<br />Para entender o círculo que me contorna<br />E me fixa e estabiliza<br />Como a raiz de uma árvore que floresce.<br /><br />Imito o sol, sendo amarela e laranja<br />Para que o preto sem estrelas não me engula<br />Ele apenas assombra e assopra.<br /><br />Dentro de mim pode-se ver um quadro colorido com tons e sobre-tons.<br />O mundo tem uma sala.<br />Nela há quadros infinitos, porém coloridos...<br />O mundo é exigente, modifica os quadros pra uma sala mais bonita.<br />Sou arte pintada de Mundo Real.Luciana Bollinahttp://www.blogger.com/profile/16279584685824807900noreply@blogger.com1