13.3.06

O palhaço de colorir


Cercada por espelhos de diversas feições
Me assisto em mutante reviravolta
Me espremo em cores intensas, canções
E um palhaço amigo me abre a porta

Porta do meu destino criado em confusão
Que sabendo ou não de sua existência
Me ampara com seus sinais de vida
Palhaço das pistas invisíveis e sorriso aberto
Doa-me sempre em sua essência
A verdade que construo a cada passo
Sorri, faz laços e chora
Quero o mais puro AGORA

Portas pregadas em faces espelhadas
Curiosa abro com fervor as tantas pistas
Ajuda-me e segura-me, mas sem proibir
Troca meus espelhos de lugar
Mas não me deixa esquecer seu rosto
Permanece com suas cores em seu posto
Cria meu casulo de idéias e me deixa ar
Assopra com purpurina meus pesadelos
Conta-me sempre a verdade de meus elos
E me ajude sempre a criar, sem inventar

Espelhos das faces errantes
Espelhos que me refletem
Espelhos que me colorem
Espelhos mutantes
São eles que fazem o palhaço pintor
Meu companheiro de idéias
E no meu palco és o primeiro ator

Não me abandone nunca
Pois sem a ingenuidade de te olhar colorido
Perco a esperança de caminhar puramente
De passear entre as temíveis verdades dos espelhos
E de sorrir quando, um dia, o reflexo sumir.